Quem circula próximo aos arredores do Allianz Parque certamente já deve ter notado que cada vez mais as mulheres estão vestindo verde e branco para assistir aos jogos do Palmeiras. Seja para acompanhar as amigas fanáticas ou maridão de plantão. Outras vão até mesmo sozinhas, entretanto, a grande maioria delas pertencem ao Programa Avanti Palmeiras.
Recentemente o Avanti, programa de sócio-torcedor palmeirense, ultrapassou a marca de 16 mil de associados apenas do sexo feminino. Marina Bufon Nunes é uma das dezesseis mil torcedoras palmeirenses que aderiu ao programa de sócio-torcedor no final do ano passado e a mesma se disponibilizou para comentar sobre a força das mulheres nos jogos do Verdão.
Engana-se quem pensa que esse avanço no Avanti em adesões femininas surpreendem a jovem palmeirense. ‘’Eu me sinto muito feliz e nada surpresa com este número, para falar a verdade. Muitas mulheres que amam futebol frequentam estádios tanto quanto os homens, mas ainda sofrem preconceito por ser um ambiente masculino, mas fazer parte de 16 mil palestrinas não tem preço e este número só tende a aumentar, porque muitas delas têm se informado e tem deixado seus próprios preconceitos de lado, assim como alguns homens também têm deixado o conservadorismo de lado e respeitado que também honramos o nosso manto e queremos acompanhar nosso time’’, disse Marina.
Segundo a jovem palmeirense as mulheres lutam a cada dia para provarem que entendem e gostam de futebol. ‘’Infelizmente, mesmo que nada precise ser provado, afinal, é um amor como qualquer outro, somos avaliadas a todo momento, como se quisessem comprovar que não estamos ali apenas porque queremos’’, afirmou a palestrina.
A jovem ainda contou que tem vários amigos que sabem o tamanho do amor pelo futebol e pelo seu clube de coração. Marina ainda fez questão de deixar o seu o pitaco: ‘’Quem foi que disse que mulher não entende disso?‘’.
A palmeirense ainda destacou que o preconceito vai além do conhecimento técnico do futebol. ‘’Acredito que nós estamos no caminho certo para a mulher deixar de ser um objeto de distração em campo e passar a ser também torcida, totalmente. Nós todos somos torcida, homens e mulheres. O mesmo coração torcedor que bate em homens, bate também em nós, em gays, trans e qualquer um que vá ao estádio’’.
Marina arca mensalmente uma parcela de R$: 109,99, Plano Ouro do Avanti. Um valor que certamente é bem mais alto do que muito barbudo paga. Um dos motivos relatados por ter aderido ao programa de sócio-torcedor foi por conta de não ter conseguido acompanhar o duelo decisivo entre Palmeiras x Santos em jogo válido pela decisão da Copa do Brasil 2015.
Questionada pela reportagem se o novo formato das arenas novas favorecem com que mais mulheres frequentem aos estádios de futebol a palmeirense disse que para ela é indiferente, entretanto, ressaltou que há mulheres que preferem ficar em outros setores do estádio e que os lugares numerados ajudaram sim a obter um número maior de mulheres no Allianz Parque. Além disso, ela comentou que a segurança, acessibilidade, banheiros e transporte também foram importantes para esse crescimento.
Segundo dados expostos no site Torcedômetro, ranking nacional do Movimento por um Futebol Melhor, o Avanti tem em sua totalidade cerca de 127 mil associados.
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