segunda-feira, maio 02, 2016

“Quem disse que mulher não entende de futebol?”, veja entrevista exclusiva com sócia Avanti


Quem circula próximo aos arredores do Allianz Parque certamente já deve ter notado que cada vez mais as mulheres estão vestindo verde e branco para assistir aos jogos do Palmeiras. Seja para acompanhar as amigas fanáticas ou maridão de plantão. Outras vão até mesmo sozinhas, entretanto, a grande maioria delas pertencem ao Programa Avanti Palmeiras.

Recentemente o Avanti, programa de sócio-torcedor palmeirense, ultrapassou a marca de 16 mil de associados apenas do sexo feminino. Marina Bufon Nunes é uma das dezesseis mil torcedoras palmeirenses que aderiu ao programa de sócio-torcedor no final do ano passado e a mesma se disponibilizou para comentar sobre a força das mulheres nos jogos do Verdão.

Engana-se quem pensa que esse avanço no Avanti em adesões femininas surpreendem a jovem palmeirense. ‘’Eu me sinto muito feliz e nada surpresa com este número, para falar a verdade. Muitas mulheres que amam futebol frequentam estádios tanto quanto os homens, mas ainda sofrem preconceito por ser um ambiente masculino, mas fazer parte de 16 mil palestrinas não tem preço e este número só tende a aumentar, porque muitas delas têm se informado e tem deixado seus próprios preconceitos de lado, assim como alguns homens também têm deixado o conservadorismo de lado e respeitado que também honramos o nosso manto e queremos acompanhar nosso time’’, disse Marina.

Segundo a jovem palmeirense as mulheres lutam a cada dia para provarem que entendem e gostam de futebol. ‘’Infelizmente, mesmo que nada precise ser provado, afinal, é um amor como qualquer outro, somos avaliadas a todo momento, como se quisessem comprovar que não estamos ali apenas porque queremos’’, afirmou a palestrina.

A jovem ainda contou que tem vários amigos que sabem o tamanho do amor pelo futebol e pelo seu clube de coração. Marina ainda fez questão de deixar o seu o pitaco: 
‘’Quem foi que disse que mulher não entende disso?‘’.

A palmeirense ainda destacou que o preconceito vai além do conhecimento técnico do futebol.
‘’Acredito que nós estamos no caminho certo para a mulher deixar de ser um objeto de distração em campo e passar a ser também torcida, totalmente. Nós todos somos torcida, homens e mulheres. O mesmo coração torcedor que bate em homens, bate também em nós, em gays, trans e qualquer um que vá ao estádio’’.

Marina arca mensalmente uma parcela de R$: 109,99, Plano Ouro do Avanti. Um valor que certamente é bem mais alto do que muito barbudo paga. Um dos motivos relatados por ter aderido ao programa de sócio-torcedor foi por conta de não ter conseguido acompanhar o duelo decisivo entre Palmeiras x Santos em jogo válido pela decisão da Copa do Brasil 2015.

Questionada pela reportagem se o novo formato das arenas novas favorecem com que mais mulheres frequentem aos estádios de futebol a palmeirense disse que para ela é indiferente, entretanto, ressaltou que há mulheres que preferem ficar em outros setores do estádio e que os lugares numerados ajudaram sim a obter um número maior de mulheres no Allianz Parque. Além disso, ela comentou que a segurança, acessibilidade, banheiros e transporte também foram importantes para esse crescimento.

Segundo dados expostos no site Torcedômetro, ranking nacional do Movimento por um Futebol Melhor, o Avanti tem em sua totalidade cerca de 127 mil associados.

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